quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Dissertação sobre o belo e o feio/ segue pesquisas


Como dissertar sobre o belo e o feio.
A estética como elemento motivador para a argumentação.

pesquisas:


ANOREXIA NERVOSA
Sinônimos
Anorexia, transtornos alimentares
O que é?
Anorexia nervosa é um transtorno alimentar no qual a busca implacável por magreza leva a pessoa a recorrer a estratégias para perda de peso, ocasionando importante emagrecimento. As pessoas anoréxicas apresentam um medo intenso de engordar mesmo estando extremamente magras. Em 90% dos casos, acomete mulheres adolescentes e adultas jovens, na faixa de 12 a 20 anos. É uma doença com riscos clínicos, podendo levar à morte por desnutrição.
O que se sente?
Perda de peso em um curto espaço de tempo.
Alimentação e preocupação com peso corporal tornam-se obsessões.
Crença de que se está gordo, mesmo estando excessivamente magro.
Parada do ciclo menstrual (amenorréia).
Interesse exagerado por alimentos.
Comer em segredo e mentir a respeito de comida.
Depressão, ansiedade e irritabilidade.
Exercícios físicos em excesso.
Progressivo isolamento da família e amigos.
Complicações médicas
Desnutrição e desidratação.
Hipotensão (diminuição da pressão arterial).
Anemia.
Redução da massa muscular.
Intolerância ao frio.
Motilidade gástrica diminuída.
Amenorréia (parada do ciclo menstrual).
Osteoporose (rarefação e fraqueza óssea).
Infertilidade em casos crônicos.
Maior propensão a infecções por comprometimento do sistema imunológico.
Quais são as causas?
Não existe uma causa única para explicar o desenvolvimento da anorexia nervosa. Essa síndrome é considerada multideterminada por uma mescla de fatores biológicos, psicológicos, familiares e culturais. Alguns estudos chamam atenção que a extrema valorização da magreza e o preconceito com a gordura nas sociedades ocidentais estaria fortemente associada à ocorrência desses quadros.
Como se desenvolve?
A preocupação com o peso e a forma corporal leva o adolescente a iniciar uma dieta progressivamente mais seletiva, evitando ao máximo alimentos de alto teor calórico. Aparecem outras estratégias para perda de peso como, por exemplo: exercícios físicos excessivos, vômitos, jejum absoluto.
A pessoa segue se sentindo gorda, apesar de estar extremamente magra, acabando por se tornar escrava das calorias e de rituais em relação à comida. Isola-se da família e dos amigos, ficando cada vez mais triste, irritada e ansiosa. Dificilmente, a pessoa admite ter problemas e não aceita ajuda de forma alguma. A família às vezes demora para perceber que algo está errado. Assim, as pessoas com anorexia nervosa podem não receber tratamento médico, até que tenham se tornado perigosamente magras e desnutridas.
Como se trata?
O tratamento deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar formada por psiquiatra, psicólogo, pediatra, clínico e nutricionista, em função da complexa interação de problemas emocionais e fisiológicos nos transtornos alimentares.
Quando for diagnosticada a anorexia nervosa, o médico deve avaliar se o paciente está em risco iminente de vida, requerendo, portanto, hospitalização.
O objetivo primordial do tratamento é a recuperação do peso corporal através de uma reeducação alimentar com apoio psicológico. Em geral, é necessário alguma forma de psicoterapia para ajudar o paciente a lidar com sua doença e com as questões emocionais subjacentes.
Psicoterapia individual, terapia ou orientação familiar, terapia cognitivo-comportamental (uma psicoterapia que ensina os pacientes a modificarem pensamentos e comportamentos anormais) são, em geral, muito produtivas.
Para o quadro de anorexia nervosa não há medicação específica indicada. O uso de antidepressivos pode ser eficaz se houver persistência de sintomas de depressão após a recuperação do peso corporal.
O tratamento da anorexia nervosa costuma ser demorado e difícil. O paciente deve permanecer em acompanhamento após melhora dos sintomas para prevenir recaídas.
Como se previne?
Uma diminuição da pressão cultural e familiar com relação à valorização de aspectos físicos, forma corporal e beleza pode eventualmente reduzir a incidência desses quadros. É fundamental fornecer informações a respeito dos riscos dos regimes rigorosos para obtenção de uma silhueta "ideal", pois eles têm um papel decisivo no desencadeamento dos transtornos alimentares.
Colaboradoras

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BULIMIA NERVOSA
Sinônimos:
Bulimia, transtornos alimentares
O que é?
A Bulimia Nervosa é um Transtorno Alimentar que se caracteriza pela ingestão de grandes quantidades de alimentos (episódios de comer compulsivo ou episódios bulímicos), seguidos por métodos compensatórios, tais como vômitos autoinduzidos, uso de laxantes e/ou diuréticos e prática de exercícios extenuantes como forma de evitar o ganho de peso pelo medo exagerado de engordar.
Diferentemente da anorexia nervosa, na bulimia pode não haver perda de peso, e assim médicos e familiares têm dificuldade de detectar o problema. A doença ocorre mais frequentemente em mulheres jovens, embora possa ocorrer, raramente , em homens e mulheres com mais idade.
O que se sente?  
Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos.
Vômitos autoinduzidos, uso de laxantes e diuréticos para evitar ganho de peso.
Alimentação excessiva, sem aumento proporcional do peso corporal.
Depressão.
Obsessão por exercícios físicos.
Obsessão por exercícios físicos.
Comer em segredo ou escondido dos outros.
Complicações médicas
Inflamação na garganta (inflamação do tecido que reveste o esôfago pelos efeitos do vômito).
Face inchada e dolorida (inflamação nas glândulas salivares).
Cáries e lesão sobre o esmalte dentário. Desidratação.
Desequilíbrio eletrolítico.
Vômitos com sangue.
Dores musculares e câimbras.
Causas
Assim como na anorexia, a bulimia nervosa é uma síndrome multideterminada por uma mescla de fatores biológicos, psicológicos, familiares e culturais. A ênfase cultural na aparência física pode ter um papel importante. Problemas familiares, baixa autoestima e conflitos de identidade também são fatores envolvidos no desencadeamento desses quadros.
Como se desenvolve?
Muitas vezes, leva tempo para se perceber que alguém tem bulimia nervosa. A característica principal é o episódio de comer compulsivo, acompanhado por uma sensação de falta de controle sobre o ato e, às vezes, feito secretamente. Os comportamentos direcionados a controle de peso incluem jejum, vômitos autoinduzidos, uso de laxantes, enemas, diuréticos, e exercícios físicos extenuantes. O diagnóstico de bulimia nervosa requer episódios com uma frequência mínima de duas vezes por semana, por pelo menos três meses. A fobia de engordar é o sentimento motivador de todo o quadro. Esses episódios de comer compulsivo, seguidos de métodos compensatórios, podem permanecer escondidos da família por muito tempo.
A bulimia nervosa acomete adolescentes um pouco mais velhas, em torno dos 17 anos. Pessoas com bulimia têm vergonha de seus sintomas, portanto, evitam comer em público e evitam lugares como praias e piscinas onde precisam mostrar o corpo. À medida que a doença se desenvolvolve, essas pessoas só se interessam por assuntos relacionados à comida, peso e forma corporal.
Como se trata?
A abordagem multidisciplinar é a mais adequada no tratamento da bulimia nervosa, e inclui psicoterapia individual ou em grupo, farmacoterapia e abordagem nutricional em nível ambulatorial.
As técnicas cognitivo-comportamentais têm se mostrado eficazes.
As medicações antidepressivas também têm se mostrado eficazes no controle dos episódios bulímicos.
A abordagem nutricional visa estabelecer um hábito alimentar mais saudável, eliminando o ciclo "compulsão alimentar/purgação/jejum".
A orientação e/ou terapia familiar faz-se necessária uma vez que a família desempenha um papel muito importante na recuperação do paciente.
Como se previne?
Uma diminuição na ênfase da aparência física, tanto no aspecto cultural como familiar, pode eventualmente reduzir a incidência desses quadros. É importante fornecer informações a respeito dos riscos de regimes rigorosos para obtenção de uma silhueta "ideal", já que eles desempenham um papel fundamental no desencadeamento dos transtornos alimentares.
Colaboradoras
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Palavras-chaves: Mídias Sociais, Beleza, Comportamento.

1. Introdução

O padrão de beleza determinado pela mídia é um assunto polêmico e gerador de discussões, o que se vê nos dias atuais são indivíduos insatisfeitos com sua imagem e atrativos físicos. Deste modo, mulheres e homens absorvem muitas informações vindas de todos os lados, revistas, jornais, televisão, redes sociais entre outras, que mostram corpos lindos e formas perfeitas.
Segundo Conti, Bertolin e Peres (2010) a mídia é sinônimo de meios de comunicação social, pois retrata a respeito dos meios responsáveis pela transmissão das informações, como rádio, jornais, revistas, televisão, vídeo, entre outros. Configura-se, na contemporaneidade, como uma das instituições responsáveis pela educação no mundo atual, trazendo tanto benefícios como malefícios, contrapondo pela transmissão de valores e padrões de conduta e socializando muitas famílias.
Para Meurer e Gesser (2008) as novas formas de subjetivação na atualidade estão cada vez mais pautadas com os modelos idealizados de corporeidade. Corpos obesos, que um dia foi inspiração das obras de arte, como por exemplo, Rubens, Giotto, e Picasso são hoje bombardeados pelo contexto sociocultural e pela biomedicina, visto que a obesidade começa a ser conhecida como uma doença que prejudica o sistema cardiovascular. O culto à pessoa magra e a rejeição dos corpos fora dos padrões dominantes se engajam aos discursos atuais de disciplinamento e controle dos corpos femininos e masculinos como forma de reafirmar as relações de poder.
Sendo assim a pesquisa surgiu de uma percepção de que hoje há uma excessiva preocupação das pessoas com a imagem, com a exatidão de adotar corpos perfeitos e manter-se sempre jovem, numa procura incessante de superar os limites biológicos do próprio corpo.
Essa necessidade tem originado uma série de problemas de saúde, tais como bulimia [01], anorexia [02], vigorexia [03] e manorexia [04]. Esses aspectos nos induzem a alguns questionamentos. Quais os padrões de comportamentos femininos e masculinos determinados pela mídia? Na maioria das vezes, segue o estereótipo perseguido pela mídia: magra (o), alta (o), bonita (o), cheio (a) de músculos, se distanciando da realidade que é diversa.
Esse distanciamento faz com que mulheres e homens naturais com seus corpos esculpidos pelo trabalho, ou pela gestação de seus filhos, dentre tantos outros corpos, tenham sua autoestima reduzida ou mesmo extinta, ou ainda, faz com que muitas mulheres e homens tomem suplementos, construam corpo belo produzido nas academias, ou até busquem clínicas clandestinas, cirurgias plásticas, mediante implantes de silicone, entre outros, buscando corpo ideal onde o corpo é mutilado, quando não vem à morte em busca dos padrões de beleza instituídos pela mídia.
O estudo de pesquisa bibliográfica teve por objetivodescrever quais os comportamentos de padrões femininos e masculinos determinados pela mídia, entender quais as consequências psicológicas que podem advir da obsessão pela aparência, compreender as influências do consumo, e especialmente da mídia, sobre os comportamentos sociais e por fim conhecer a forma de atuação do psicólogo aos portadores de transtornos alimentares e indivíduos com dismorfia corporal e excesso de cirurgias plásticas.
A pesquisa bibliográfica buscou discutir os aspectos históricos a qual ganha características novas a partir do consumo de bens e produtos supérfluos e da formação de estilos de vida baseados numa cultura de consumo, abordou-se também a relação entre consumo, comportamento e saúde. Nela debate-se as implicações dos modelos de beleza, do consumismo e do culto ao corpo sobre a saúde, analisando as consequências psicológicas como, por exemplo, as doenças de transtornos alimentares e a multiplicação de cirurgias plásticas nos dias atuais, discutindo de que forma esse padrão de beleza e essa preocupação excessiva com a aparência recai sobre a imagem da mulher e do homem nas campanhas publicitárias. E por fim realizou-se uma discussão sobre o papel do psicólogo na atuação dos transtornos alimentares, Dismórfia corporal e cirurgias plásticas em excesso.

2 Metodologia

2.1 Tipo de Pesquisa

A referida pesquisa aconteceu por meio de estudo bibliográfico, que de acordo Marconi e Lakatos (2002) trata-se do levantamento de toda a documentação já divulgada em formas de livros, revistas, internet, jornais, entre outros. Sua intenção é colocar o pesquisador em convívio direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto com a finalidade de consentir ao investigador o reforço da comparação na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações.
Dessa forma, compreende-se como pesquisa bibliográfica todo documento investigado como fonte bibliográfica para fundamentação teórica da pesquisa, permitindo um contato direto com a leitura de diferentes tipos, o que favorece uma análise e posteriormente uma explanação de material publicado em livros e outras fontes escritas de pesquisas.

2.2 Meios de Busca

Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento da pesquisa foram livros contidos na biblioteca Prof. Roberval Lustosa de Aguiar do Centro Universitário UNIRG, e artigos científicos disponível em sites gratuitos como Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura científica e técnica da América Latina e Caribe (LILACS), Google acadêmico, Rede Psicologia (RedePsi),  e Biblioteca virtual em saúde (BV-Saúde).

2.3 Critérios de Inclusão

No critério de inclusão foram utilizados artigos do ano de 2000 a 2012 publicado em língua portuguesa, em sites gratuitos com assunto que contribui para desenvolvimento da pesquisa. De acordo com a pesquisa foi possível identificar os seguintes descritores de busca (palavra-chave), Mídias Sociais, Beleza e Comportamento.

2.4 Critérios de Exclusão

Os critérios de exclusão foram aqueles que não estavam em conformidades com os critérios de inclusão, tais como, pesquisas em línguas estrangeiras, os que geram despesas e periódicos nos anos inferiores a 2000.

2.5 Aspectos Éticos

A pesquisa aqui descrita, não foi submetido à análise e aprovação do Comitê de Ética, segundo a Lei 196/96, devido o fato desta não ter como princípio o estudo com seres humanos, mais sim estudo bibliográfico em material escrito já publicado por escritores.

3. Revisão da Literatura

3.1 Sociedade de Consumo

A mídia e as tecnologias que adotam manifestações de interesses capitalistas determinariam de acordo com Gomes (2001) uma era de consumo. Este autor ainda cita o consumo como centralizador do costume de vida dito pós-moderno, fazendo com que as empresas edifiquem a cultura do consumo, construindo as identidades dos indivíduos.
Para Barbosa (2004) o consumo tem se tornado uma posição que vai além da satisfação de necessidades básicas, pois está presente em toda sociedade como um fator imprescindível para sua representação social, com isso a sociedade contemporânea evolucionou, para uma forma de consumo desnecessário, indo além das necessidades básicas de qualquer sociedade, ocasionando, assim, uma cultura de consumo.
Vivarta (2009) ressalta que a sociedade virou uma produção de consumo, as atividades de descanso, arte e a cultura foram englobadas a indústria cultural, onde o que ganha importância é a quantidade do que compra e não essencialmente a sua necessidade.
Essa cultura da sensação, ou seja, onde o prazer e a alegria pessoal estão acoplados ao consumo de produtos, valores e estilos de vida, leva nossa sociedade à utopia de que a felicidade e o conhecimento são frutos do consumo, gerando assim um consumo desenfreado, com altos investimentos em busca da aparência perfeita, Moreno (2008) ainda compactua expondo, você é o que consome, diz a sociedade de consumo, destilando propaganda por todos os lados.
Desta forma, a mídia, lança suas campanhas ligadas à beleza e culto ao corpo, envolvendo em suas matérias figuras da mulher e de homem bem sucedidos, moderno (a), de beleza encantador (a), por meio de mensagem subliminar, que transmita sensações de qualidade pessoal, felicidade, entre outros (ANDRADE E BOSI, 2003).
Silva (2005) ressalta que com o aumento da globalização e o aumento de publicidade focando em belas modelos magras e esbeltas, cada vez mais adolescentes e jovens adultos desencadeiam transtornos alimentares, quando não buscam modelar o corpo com academia e cirurgias plásticas, onde muitas vezes esse caminho não tem mais volta.
De acordo com Andrade e Bosi (2003), residimos em um tempo de modificação em nossa sociedade, gerado pelo processo de globalização da economia, o qual gera uma forte influência mútua entre os países, especialmente nas áreas tecnológica, científica e crenças, contraindo novos valores importados de países economicamente dominantes, já que a maioria dos produtos e serviços apreciados pela nossa sociedade vem de fora. Portanto, tais valores, têm grande influência na nossa sociedade, corrompendo subjetividades e criando incertezas e diversidades.
Andrade e Bosi (2003) expõem que a sociedade vive um período em que predomina o individualismo, no qual o corpo e a aparência se tornam discernimentos fundamentais para nossa subjetividade, prevalecendo assim, à importância não do fato de quem somos e sim de como somos enxergados pela sociedade, que estima acima de tudo o aspecto estético.
O corpo belo é um padrão estabelecido socialmente, pautados em comportamentos distintos, classificados como apropriados ou ideais. As mensagens conduzidas pela mídia entram no dia a dia das pessoas, determinando os padrões de aparência física ideal (CAMPANA, FERREIRA E TAVARES, 2012).
Dalgarrondo (2008) compreende que a mídia coloca a imagem como uma questão crucial, para ser aceito na sociedade principalmente em países ocidentais, tem que ser atraente, sexy e bem sucedido diz respeito á magreza aparente da pessoa.
O papel que a mídia provoca na mente e na subjetividade de cada um varia, embora quase sempre cheguem ao mesmo objetivo, estabelecer um padrão de beleza, Serra e Santos (2003) ressaltam que no mundo globalizado em que vivemos, a mídia é fundamental para o papel de estrutura e construção dos transtornos alimentares e cirurgias plásticas.
No entanto, Campana, Ferreira e Tavares (2012) relatam que há diferenças na internalização de mensagens exposta pela mídia, pois cada indivíduo interpreta de forma diferente, com isso, traz alguns impactos, como por exemplos, no comportamento, na cognição e no afeto relativo à própria aparência.

3.2 Consumo, Comportamento e Saúde

A influência dos fatores socioculturais na etiopatologia dos transtornos alimentares faz com que nossa sociedade cultive a magreza, pessoas musculosas, associando, a esse ideal estético, valores como felicidade e beleza, como resultado do consumo. Ou seja, nesse mundo que vivemos ser esguio é ser belo, e para chegarmos tal padrão de perfeição, necessitamos comprar numerosos cosméticos, fazer muitas dietas, apelar a cirurgias plásticas, entre outros. (ANDRADE E BOSI, 2003)
Com esse padrão de beleza contemporâneo da mulher magérrima, com medidas cada vez pequena a mulher passou a acreditar que pode obter qualquer arquétipo estético almejado, desconsiderando fatores genéticos e biológicos, existindo assim uma busca incansável pela representação perfeita. (ANDRADE E BOSI, 2003)
Ainda o autor citado anteriormente, salienta que esse descontentamento crônico faz com que a mulher viva uma busca traiçoeira pela estética perfeita, constituindo deste modo resultados frustrantes no que diz respeito à subjetividade, pois vive uma verdadeira desordem contra uma certeza que temos nossos limites humanos.
Segundo Simas e Guimarães (2002), nos dias atuais percebe-se que as mulheres e homens estão insatisfeitos com seus corpos mesmo quando estão com o peso abaixo do normal ou corpos esculpidos pela academia.
Morgan, Vecchiatti e Negrão (2004) relatam que o corpo magro vem sendo sinônimo de beleza, poder e sensualidade e dessa forma leva cada vez mais adolescentes e jovens adultos a grandes regimes, onde o principal foco é estar bonito e ser aceito pela sociedade.
Para Moreno (2008), essa busca pela estética perfeita tem graves implicações, pois todo esse desejo de se tornar belo, vem aliado à angústia, baixa autoestima, podendo até originar um quadro de bulimia e anorexia. Na Inglaterra o governo interferiu nas bonecas Barbie, que é um modelo de beleza cobiçado pelas mulheres, e que ocasionou impacto na rede de saúde pública do país, pois foi responsabilizada por gerar problemas de anorexia e bulimia.
Outro exemplo citado por Moreno (2008) esta relacionado ao impacto de modelos de comportamento sobre a saúde, sobretudo das mulheres, refere-se ao progresso da moda nas roupas íntimas, que são cada vez menores, sensuais e desconfortáveis, sutiãs de renda, calcinha fio-dental, entre outros.
Assim pouco importa se calcinhas de náilon e fibra sintética aumentam a temperatura local, que assim se torna ideal para a proliferação de bactérias, corrimentos e afecções vaginais. O que importa é que essas peças sejam belas e modernas, relegando a modelos antiquados o bom e velho algodão e os demais tecidos naturais. (MORENO, 2008, p. 21).
A autora vai mais além quando ressalta que a mídia propaga os agravos originados à saúde, lançando produtos, como os absorventes, ou produtos de higiene íntimos que têm fragrância e sabores agradáveis, que inibem odores desagradáveis. Tudo isso com um só objetivo o consumo e não da saúde do consumidor.
Campana, Ferreira e Tavares (2012) relatam que a preocupação e o investimento em relação à aparência modificam desde os cuidados indispensáveis ao corpo até o excesso, no qual a saúde é colocada em risco e o sujeito, experimenta danos sociais e afetivos, sendo assim pode até evoluir para um quadro de dismorfia corporal.
Para Amâncio, et.al. (2002) o transtorno dismórfico corporal é determinado como uma apreensão exagerada com uma distorção fantasiosa na aparência física. O Manual diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais (DSM-IV 1994) classifica como um transtorno isolado e designado transtorno dismórfico corporal (TDC).
As distorções reais ou fantasiosas do corpo, na dismorfia corporal, tornam-se o foco da vida do sujeito, na sua existência social, afinidades afetivas e sua vida financeira podem arruinar em busca do corpo perfeito, por meio de dietas, exercícios e cirurgias plásticas. (CAMPANA, FERREIRA E TAVARES, 2012).
A questão central do transtorno dismórfico corporal (TDC) é a crença de ser deformado, feio ou não ter atrativos em algum aspecto. Na realidade, o defeito na aparência é mínimo ou inexistente. Essa distorção cognitiva torna-se uma obsessão, e os pensamentos causam estresse e são difíceis de resistir e controlar, ocupando grande parte do dia. Na realidade, o "defeito" frequentemente é imperceptível a um interlocutor que esteja a uma distância normal de conversação. São percebidos pelo paciente como devastadores, causando ansiedade e estresse, fazendo com que busquem constantemente e de modo irracional a perfeição e simetria na sua aparência. Para diferenciar o TDC das queixas normais com a aparência, que são comuns na população geral, a preocupação deve causar estresse significativo ou prejuízo no funcionamento cotidiano (CONRADO, 2010, p. 571).

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