NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO .CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
PARNASIANISMO
Introdução
A
Parnasianismo foi um movimento literário que surgiu na França, na metade do
século XIX e se desenvolveu na literatura europeia, chegando ao Brasil. Esta
escola literária foi uma oposição ao romantismo, pois representou a valorização
da ciência e do positivismo.
O nome parnasianismo surgiu na França e deriva do
termo "Parnaso", que na mitologia grega era o monte do deus Apólo e das musas da
poesia. Na França, os poetas parnasianos que mais se destacaram foram: Théophile
Gautier, Leconte de Lisle, Théodore de Banville e José Maria de Heredia.
Características do Parnasianismo
- Objetividade no
tratamento dos temas abordados. O escritor parnasiano trata os temas baseando
na realidade, deixando de lado o subjetivismo e a emoção;
- Impessoalidade:
a visão do escritor não interfere na abordagem dos fatos;
- Valorização da
estética e busca da perfeição. A poesia é valorizada por sua beleza em sí e,
portanto, deve ser perfeita do ponto de vista estético;
- O poeta evita a
utilização de palavras da mesma classe gramatical em suas poesias, buscando
tornar as rimas esteticamente ricas;
- Uso de
linguagem rebuscada e vocabulário culto;
- Temas da
mitologia grega e da
cultura clássica são muito frequentes nas poesias parnasianas;
- Preferência
pelos sonetos;
- Valorização da
metrificação: o mesmo número de sílabas poéticas é usado em cada verso;
- Uso e
valorização da descrição das cenas e objetos.
Parnasianismo no Brasil
No Brasil, o
parnasianismo chegou na segunda metade do século XIX e teve força até o
movimento modernista (
Semana de Arte
Moderna de 1922).
Os principais
representantes do parnasianismo brasileiro foram:
- Alberto de
Oliveira. Obras principais: Meridionais (1884), Versos e Rimas (1895),
Poesias (1900), Céu, Terra e Mar (1914), O Culto da Forma na Poesia Brasileira
(1916).
- Raimundo
Correia. Obras principais: Primeiros Sonhos (1879), Sinfonias(1883), Versos e
Versões(1887), Aleluias(1891), Poesias(1898).
- Olavo Bilac.
Obras principais:
Poesias (1888), Crônicas e novelas (1894), Crítica e
fantasia (1904), Conferências literárias (1906), Dicionário de rimas
(1913), Tratado de versificação (1910), Ironia e piedade, crônicas (1916), Tarde
(1919).
- Francisca
Júlia. Obras principais: Mármores (1895), Livro da Infância (1899), Esfínges
(1903), Alma Infantil (1912).
- Vicente de
Carvalho. Obras principais: Ardentias (1885), Relicário (1888), Rosa, rosa de
amor (1902), Poemas e canções, (1908), Versos da mocidade (1909), Páginas soltas
(1911), A voz dos sinos, (1916).
* Olavo Bilac,
Alberto de Oliveira e Raimundo Correia formaram a chamada "Tríade
Parnasiana".
Olavo
Bilac
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Último texto
Nel mezzo del
camim...
Olavo Bilac
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E
triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E
alma de sonhos povoada eu tinha...
E paramos de súbito na estrada
Da
vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da
luz que teu olhar continha.
Hoje segues de novo... Na partida
Nem o
pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.
E eu,
solitário, volto a face, e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Na
extrema curva do caminho extremo.

Olavo
Bilac, além de poeta parnasiano, cronista, contista, conferencista e
autor de livros didáticos, deixou também na imprensa do tempo do Império e dos
primeiros anos da República vasta colaboração humorística e satírica, assinada
com os mais variados pseudônimos, entre os quais os de Fantásio, Puck, Flamínio,
Belial, Tartarin-Le Songeur, Otávio Vilar, etc., assinando, em outras vezes, o
seu próprio nome. Nascido no Rio de Janeiro a 16 de dezembro de 1865, foi um dos
fundadores da Academia Brasileira de Letras, em que ocupou a cadeira nº. 15, que
tem Gonçalves Dias por patrono. No seu principal livro, "Poesias", incluiu Bilac
alguns sonetos satíricos , sob o título de "Os Monstros". Escreveu livros em
colaboração com Coelho Neto, Manuel Bonfim e Guimarães Passos, sendo que, com
este último, o volume intitulado "Pimentões", de versos
humorísticos.
Os versos
acima foram extraídos do livro "Poesias", Ediouro - Rio de Janeiro,
1978.
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ROMANTISMO
O Romantismo foi um movimento artístico ocorrido na Europa por volta de 1800, que representa as mudanças no plano individual, destacando a personalidade, sensibilidade, emoção e os valores interiores.
Atingiu primeiro a literatura e a filosofia, para depois se expressar através das artes plásticas. A literatura romântica , abarcando a épica e a lírica, do teatro ao romance, foi um movimento de vaguarda e que teve grande repercussão na formação da sociedade da época, ao contrário das artes plásticas, que desempenharam um papel menos vanguardista.
A arte romântica se opôs ao racionalismo da época da Revoluçao Francesa e de seus ideais, propondo a elevação dos sentimentos acima do pensamento. Curiosamente, não se pode falar de uma estética tipicamente romântica, visto que nenhum dos artistas se afastou completamente do academicismo, mas sim de uma homogeneidade conceitual pela temática das obras.
A podução artística romântica reforçou o individualismo na medidade em que baseou-se em valores emocionais subjetivos emuitas vezes imaginários, tomando como modelo os dramas amorosos e as lendas heróicas medievais, a partir dos quais revalorizou os conceitos de pátria e república. Papel especial desempenharam a morte heróica na guerra e o suicídio por amor.
PINTURA
A pintura foi o ramo das artes plásticas mais significativo, foi ela o veículo que consolidaria definitivamente o ideal de uma época, utilizando-se de temas dramitico-sentimentais inspirados pela literatura e pela História. Procura-se no conteúdo, mais do que os valores de arte, os efeitos emotivos, destacando principalmente a pintura histórica e em menos grau a pintura sagrada.
Novamente a revolução Francesa e seus desdobramentos servem de inspiração; agora para uma arte dramática como pode ser percebida em Delacroix e Goya. Podemos dizer que este último, manifestou uma tendência mais politizada do romântismo, exceção para a época e que tornou-se valorizada no século XX.
As cores se libertaram e fortaleceram, dando a impressão, às vezes, de serem mais importantes que o próprio conteúdo da obra. A paisagem passou a desempenhar o papel principal, não mais como cenário da composição, mas em estreita relação com os personagens das obras e como seu meio de expressão.
O
Romantismo foi marcado pelo amor a natureza livre e autêntica, pela aquisição de uma sensibilidade poética pela paisagem, valorizada pela profusão de cores, refletindo assim o estado de espírito do autor.
Na França e na Espanha, o
Romantismo produziu uma pintura de grande força narrativa e de um ousado cromatismo, ao mesmo tempo dramático e tenebroso. É o caso dos quadros das matanças de Delacroix, ou do Colosso de Goya, que antecipou, de certa forma, a pincelada truncada do impressionismo.
ARQUITETURA
A arquitetura do
Romantismo foi marcada por elementos contraditórios, fazendo dessa forma de expressão algo menos expressivo. O final do século XVIII e inicio do XIX forma marcados por um conjunto de transformações, envolvendo a industrilaização, valorizando e rearranjando a vida urbana. A arquitetura da época reflete essas mudanças; novos materiais foram utilizados como o ferro e depois o aço.
Ao mesmo tempo, as igrejas e os castelos fora dos limites urbanos, conservaram algumas característica de outros períodos, como o gótico e o clássico. Esse reaparecimento de estilos mais antigos teve relação com a recuperação da identidade nacional.
A urbanização na Europa determinou a construção de edifícios públicos e de edifícios de aluguel para a média e alta burguesia, sem exigências estéticas, preocupadas apenas com com o maior rendimento da exploração, e portanto esqueceu-se do fim último da arquitetura, abandonando as classes menos favorecidas em bairros cujas condições eram calamitosas.
Entre os arquitetos mais reconhecidos desse período historicista ou eclético, deve-se mencionar Garnier, responsável pelo teatro da Ópera de Paris; Barry e Puguin, que reconstruíram o Parlamento de Londres; e Waesemann, na Alemanha, responsável pelo distrito neogótico de Berlim. Na Espanha deu-se um renascimento curioso da arte mudéjar na construção de conventos e igrejas, e na Inglaterra surgiu o chamado neogótico hindu. Este último, em alguns casos, revelou mais mau gosto do que arte.
ESCULTURA
A escultura romântica não brilhou exatamente pela sua originalidade, nem tampouco pela maestria de seus artistas. Talvez se possa pensar nesse período como um momento de calma necessário antes da batalha que depois viriam a travar o impressionismo e as vanguardas modernas. Do ponto de vista funcional, a escultura romântica não se afastou dos monumentos funerários, da estátua eqüestre e da decoração arquitetônica, num estilo indefinido a meio caminho entre o classicismo e o barroco.
A grande novidade temática da escultura romântica foi a representação de animais de terras exóticas em cenas de caça ou de luta encarniçada, no melhor estilo das cenas de Rubens. Não se abandonaram os motivos heróicos e as homenagens solenes na forma de estátuas superdimensionadas de reis e militares. Em compensação, tornou-se mais rara a temática religiosa. Os mais destacados escultores desse período foram Rude e Barye, na França, Bartolini, na Itália, e Kiss, na Alemanha.
Fonte: www.olharliterario.hpg.ig.com.br